
Um reality que tinha tudo pra dar certo.
Assim como o The Voice (apesar de toda a controvérsia, os números são bons), SuperStar prometia ser totalmente diferente do que estamos acostumados. A banda se apresenta atrás de um telão, enquanto acontece uma votação popular através de um app, e se a aprovação for acima de 70% o telão sobe e a banda passa pra próxima fase. Simples.
Com um time de três apresentadores (Fernanda Lima, André Marques e Fernanda Paes Leme) e três jurados, que posteriormente serão “conselheiros” das bandas que passarem de fase (Ivete Sangalo, Fábio Jr, e Dinho Ouro Preto), o programa, que contou com uma vasta divulgação, já começou errado.
Fernanda Lima estava visivelmente perdida, pediu duas vezes por orientação do diretor em alto e bom som, focou toda a sua atenção apenas na Ivete e esqueceu, praticamente, dos outros dois jurados ; André Marques não apareceu muito no começo, e é a Daniele Suzuki do programa, sendo encarregado de ficar com as famílias dos participantes (a figurinista da Globo odeia ele, e deu uma jaqueta que marcava demais a barriga, mas isso é detalhe); Fernanda Paes Leme desempenhou bem seu papel de leitora de tweets, garota propaganda da Ford e entrevistadora das bandas aprovadas.

Os jurados, gente, os jurados. Ivete é incrível, pra cima, engraçada e tudo o mais, e é a boazinha que gosta de todos os participantes e dá sim pra todo mundo, sem muito critério; Dinho, tipo, cara, ainda se comporta como um adolescente (capaz!) e só dá sim pra bandas de rock; e o Fábio Júnior, minha gente, não fez nada. Só deu sorrisinhos e falou umas duas palavras durante o programa inteiro e cantou no final. Só.
Mas, tudo bem… primeiro dia, as coisas estão se ajustando ainda, e tudo o mais. Só que ainda tem mais. O mais importante, o app pra votar não funcionava de jeito nenhum. Instalei e desinstalei várias vezes, e no começo dava erro de servidor, depois travou e não consegui sair da tela inicial. E toda a minha timeline reclamava da mesma coisa.
Ou seja, muito pouca gente conseguiu votar, o que acabou com a dinâmica toda do programa, e ainda prejudicou as bandas, porque mesmo que alguém tivesse gostado deles, não teria como eles alcançarem os 70% de aprovação pra passar.
Nesse primeiro episódio, das oito bandas que se apresentaram, quatro delas foram aprovadas (sabe-se lá como):
- Malta (meio romântica, popzinha, vocalista O Erro, Dinho como padrinho), com 80% dos votos;
- Tarcisio Meira’s Band (brega, gaúchos estranhos que cantaram uma música terrível e se acham os novos Mamonas, Fábio Jr. padrinho) com 85%;
- Yute Lions (reggaeiros paz e amor, rastafári, piolhos, naturebas. Surpreendentemente, a melhor banda até agora. Ivete como madrinha) com 84%; e
- Tô de Cara (pagodeiros que tocam também sertanejo, arrocha, axé, o que vier. Ivete de novo) com 74%.
Apesar de eu não ter achado tão boas as apresentações, voto popular é isso mesmo. Torcendo pra semana que vem as coisas melhorarem, os ajustes serem feitos e o bendito app funcionar, que aí sim poderemos realmente participar e votar pelos favoritos. Acho que o programa tem potencial. As pessoas gostam de música, e principalmente de poder decidir quem passa ou não. Talvez a escolha dos apresentadores e jurados não seja lá aquela maravilha, mas temos Fernanda Lima e Ivete Sangalo salvando a equipe.
SuperStar ganha meia estrelinha de aprovação. Semana que vem tem mais.

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