
Não é porque a série é teen que precisa ser mal feita. Não é?!?
Primeiro, uma história. Sem muito o que fazer, fuçando o catálogo da Netflix, encontrei o filme “Os Instrumentos Mortais”. Eu tinha os livros, mas nunca tinha lido e tinha feito notas sobre o lançamento do filme.
O elenco era bom (Jonathan Rys Meyers e nossa querida Cersei, mais uma galera famosinha). E caramba, que filme legal. Fiquei querendo saber o resto da história, então peguei os seis livros e li (acredito que em 1 mês). Agora que eu sei o background vou rever o filme, pensei comigo.
Nossa, que filme ruim. Mal consegui terminar. Sério, não tem uma coisa que salve. E quem gosta do livro passa ainda mais raiva porque os personagens estão descaracterizados.
Aí a Netflix, aquela linda, anunciou que iria distribuir para o mundo uma série baseada nos livros, nos EUA é da ABC Family. Streaming, sem preocupação com audiência, mais tempo de tela. Agora vai. Não foi.

Eles liberavam um episódio por semana, diferente das outras produções do serviço de streaming. Isso me fez desanimar ainda mais e adiar o final, doloroso de tão ruim. O casal protagonista não tem química alguma, são péssimos atores (sem brincadeira, o cara vai salvar o interesse romântico dele com a mesma disposição que eu vou ao mercado) e a caracterização, apesar de próxima dos livros, é muito mal feita (você conta nos dedos o que não parece peruca).
Uma rápida explicação da história. A autora, Cassandra Clare, foi inspirada por Harry Potter a começar a escrever — coisa que ela nega até a morte agora, mas se você prestar atenção pega as referências. Uma garota vê um assassinato em uma balada e descobre que só ela pode ver os assassinas e a vítima. Então ela descobre que é uma shadowhunter, descendentes dos anjos que têm como missão caçar demônios soltos na terra.

Pontos fortes da série (e os únicos motivos que me ajudaram a chegar até o fim): o romance entre Magnus e Alec. Magnus é um mago e Alec um shadowhunter. As duas “categorias” mantém relações amigáveis porque os magos ajudam os caçadores. Magnus já viveu milhões de anos e já teve os mais diversos parceiros, mas fica perdidamente apaixonado quando conhece o Alec. Um rapaz que reprime seus sentimentos por Jake, seu melhor amigo e o “ótimo” ator que eu mencionei lá no outro parágrafo. Você o amor deles nascendo e eles construindo uma relação. Impossível não torcer pelos dois. E olha que o Alec é o Mike de Glee (um dos atores bem mais ou menos de lá).
A outra parte boa é Simon. O amigo humano, ou mundano como nós somos chamados pelos caçadores, da protagonista que, por ser perdidamente apaixonado por ela, acaba seguindo a garota enquanto ela se envereda por esse mundo sobrenatural e acaba sendo sequestrado por vampiros. Meio óbvio o que acontece depois e ele se torna parte do mundo sobrenatural. Conforme isso acontece, a história vai se tornando cada vez mais interessante e ele acaba engolindo a cena.

Mesmo pra uma série teen, conhecidas por valorizar forma à conteúdo, é muito desleixo. Afinal, até a forma é ruim. Apesar disso a série foi renovada (streaming, né mores?) e a segunda temporada deve estrear em breve. E se não fossem estes dois plots eu nem teria terminado a primeira.
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