
Mais do que “a bunch of a*holes”, o filme é Rocket e Groot.
Quando Guardiões da Galáxia foi anunciado, há umas duas San Diego Comic Com atrás, todo mundo ficou com uma cara de WTF?!?
Ninguém sabia quem era esse malucos, tinha ouvido falar de um outro, mas pera… Até a Marvel virar estúdio, Homem de Ferro tinha sido quase esquecido. O pessoal de 20 e poucos anos conhecia muito mais os X-Men por conta dos desenhos animados e o Homem Aranha por causa dos filmes. Então não deveria ser uma surpresa de todo.
E talvez essa seja a maior vantagem de Guardiões da Galáxia. Você não sabe o que esperar. Você sabe que tem um guaxinim com uma bazuca, uma árvore (quase um Ent), um maluco boa pinta, uma mina verde e um grandalhão. O que pode sair disso? Qualquer coisa!

Uma das alegrias para quem tá lá chegando/passando dos seus 30 anos é que a história começa em 1988 e conhecemos o passado do Starlord/Peter Quill. E aqui está justificada a trilha sonora maravilhosa (e cada canção se encaixa perfeitamente nas cenas e no contexto) e o filme meio anos 80. Uma cena de batalha com Joan Jett berrando Cherry Bomb ao fundo é sensacional. E piadas sobre Kevin Bacon. E footlose. Pura diversão e memória afetiva.
O fato dos personagens não serem lá muito conhecidos é o que atrapalha o filme, mas só até a página 2. A coisa toda é meio acelerada e você precisa absorver um universo novo (ei! É o universo do Universo Marvel! É Thor –dos filmes– à milésima potência!) enquanto naves (naves, naves, naves por todo o lado) explodem, os heróis brigam entre si e fogem.
O importante é relaxar e saber que, aos poucos, tudo vai se encaixar e as histórias pessoais de cada um vão começar a fazer sentido.

Todo mundo esperava que o Rocket roubasse a cena, mas é Groot, seu guarda-costas/parceiro que ganha o filme com apenas uma frase: “Eu sou Groot”. A única fala que ele tem em todo o filme e repete sempre que precisa se comunicar. “‘Eu’, ‘Sou’ e ‘Groot’ são as únicas palavras que ele sabe. E só as usa nessa ordem.”, explica o Rocket.
Ter Vin Diesel dublando esse personagem causou ainda mais estranheza, mas o resultado final mostra que aí está toda a diferença. Mesmo que você não saiba exatamente o que ele está dizendo é possível compreender a intenção, de acordo com o tom e o jeito do “Eu Sou Groot”.
Mais do que isso, é o relacionamento dos dois que ofusca até mesmo o interesse romântico entre Gamora e Quill. A amizade e a facilidade com que um consegue entender o outro faz deles os verdadeiros protagonistas. Eles são o filme. Impossível não se apegar a eles. Peter seria quase que nossos olhos (e gosto musical) nos guiando por esse mundo maluco.

E, claro, quem assiste Agents of Shield (como a gente \o/) vai reconhecer na caracterização dos Kree o alienígena que serviu como base para o soro que trouxe Coulson e Skye de volta dos mortos. Teremos mais relação da série com o filme dos Guardiões do que com o dos Vingadores? E será isso o que faltava para um filme com uma protagonista feminina –cof, cof, Miss Marvel, cof, cof–?
P.S. Tem pontinha do Stan Lee, sim! \o/
P.P.S. Eu dispenso o 3D tranquilamente.
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