
Cauã Reymond em ação
Quando a Globo exibiu “Amores Roubados” no começo do ano, Cauã Reymond estava envolvido nas gravações de “O Caçador” e, na pele de Leandro, já mostrava porque é um dos melhores atores de sua geração.
Só que desta vez ele se superou. “O Caçador” estreou em abril deste ano e foi exibido até começo do julho. Assisti pelo aplicativo da Globo no celular (onde os episódios ainda estão disponíveis) e cometi um errinho. Vi o segundo episódio antes do primeiro.
Sabe que foi uma boa maneira de assistir à série?
Primeiro vi o André em ação para depois conhecer sua história. E olha, a trama é tão criativa e bem amarrada que pega o espectador justo aí.
Ela é tão inacreditável, que dá vontade de continuar assistindo só pra ver “como esse cara vai se livrar disso aí”.
Membro da Divisão Anti-Sequestro da polícia do Rio de Janeiro, André se vê traído por seu próprio pai e acaba na prisão.
Após cumprir a pena, um antigo colega oferece a ele uma oportunidade de negócio: virar um caçador de recompensas.
A tarefa: investigar o paradeiro de pessoas desaparecidas. Em geral estrangeiros, imigrantes ilegais ou não. Pessoas cujo passado ou histórias não são exatamente o que parecem.
Paralelamente, André tem que provar sua inocência com a ajuda da evangélica e ex-prostituta Marinalva (Nanda Costa), filha de um parceiro de seu pai.

Cada episódio é uma delícia, mas a série peca em algumas coisas. A trama já tem um enredo policial de tensão e ação, a câmera não precisava ficar tremendo tanto em alguns diálogos.
A trilha sonora instrumental é fantástica. Ornou. E um dos melhores episódios é o da máfia chinesa.
André tem um ponto fraco muito explorado. Está SEMPRE sendo perseguido e não nota. Fora isso é empolgante ver o Cauã em cenas de ação. O roteiro se permite algum bom humor às vezes e Ailton Graça faz um bom par com Cauã/André como o delegado Lopes.
Cauã construiu um herói badass, inteligente e leve. Um cara seguro que sempre parece saber bem o que está fazendo. E ele manda bem nas cenas tensas ou em explosões de raiva.
E por falar em explosões a série tem algumas. Todas bem cabíveis. E romance. Alguns. Não muito bem cabíveis.

O engraçado é que vendo avulso, partes de episódios no serviço, super dava a impressão de que tinha uma putaria lascada. Tem bastante peito, é verdade, mas nada que cause uma ereção.
O maior dos dramas amorosos é o envolvimento com Kátia (Cléo Pires) que vem a ser sua cunhada. A parte sensual fica a desejar, mas a disputa entre os irmãos é ótima.
André Câmara até poderia render novas aventuras, mas não ficaram ganchos para uma segunda temporada. Esse ano fica sendo do Cauã. Resta torcer para vê-lo em papéis tão bons nas próximas vezes.
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