
Tinha tudo para ser promissor
Não sei se o sono prejudicou. Acordei muito cedo para encarar um plantão e não gostei muito de “Noveleletas”. Pra falar a verdade não entendi direito a dinâmica do primeiro conto.
Achei um pouco confuso. O que foi uma pena, porque eu quase desisti da leitura, e eu não gosto de fazer isso. Afinal, era um livro promissor, vencedor do prêmio Sesc e tal.
Peguei ele emprestado na Folha, na pilha de livros que a galera deixa para scanear na foto e depois fica lá, eternamente.
Gostei mais dos contos seguintes. São mais envolventes. As histórias se passam em pequenas cidadezinhas do interior de Minas, mas poderia ser o interior de qualquer Estado.
O conto que eu mais gostei foi “A Maçã do Chorume”. O tal do Chorume é um cachorro que já apareceu no primeiro conto, apesar de João Paulo Vereza dizer em nota que não.
Não é de propósito que o cãozinho vira-lata aparece na capa do livro (eu tinha achado antes que era uma onça). Na história, faminto durante uma festa ele causa. E começa a ser perseguido pela população local.
A narrativa é original e empolgante e João Paulo aqui consegue criar mistérios que dão agonia. Tipo quando o cachorro está para ser morto. É tenso.
Há uma história toda em forma de poema, tive um pouco de problemas. Mas a coisa toda remete à escravidão, grupos de capataz, colonização, ouro e etc.
Um dos melhores contos depois de “A Maçã…” é “A Perna do Rei”. É do longe o mais criativo. É bastante inusitado. Uma história bem contada, eu diria. E deu vontade de fazer um cruzeiro, assistir “Titanic” e ver um show do Roberto Carlos.
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