
Queria ler este livro desde que foi lançado e a Clara Averbuck falou dele. Fora que “Meu Coração de Pedra-Pomes” é um título para lá de poético.
Tava na lista pra comprar daqui a muito tempo até que rosetando pela redação eu vi um exemplar na mesa do Bob e pedi emprestado. O livro é curtinho, tem umas 110 páginas. Li numa sentada.
O prefácio já dá o caminho: uma história curta sobre a loucura de uma mulher. A personagem tinha tudo pra se tornar inverossímel pelo tom cult e incomum de seu hobbie (colecionar borboletas mortas e besouros)
Lawanda (lê-se Lauanda) trabalha na limpeza de um hospital, emprego que conseguiu graças a cotas para deficientes. Sem necessidade especial aparente ela se descreve como alguém com uma leve deficiência mental.
O vocabulário às vezes rebuscado e às vezes chulo faz dessa excêntrica heroína bastante crível. Lawanda dá o cu com braveza e não faz rodeios na hora de contar suas aventuras sexuais com o namorado (um homem casado) José Junior.
Quase na forma de um monólogo, recheado por alguns excelentes diálogos, Lawanda conta a história de sua vida e sua rotina. Mais que isso até. Ela recria o mundo a sua volta, enquanto passa o esfregão no chão e oferece serviços escusos aos pacientes do hospital.
Suas antagonistas, a Lucréééééécia e a Vandercília são bem desenvolvidas e dão o toque de realidade do que é a vida, do que é a acaralhação da vida. Juliana Frank conquistou meu coração de carne e veias
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