Uma nova versão de “Dracula”, sexy, cheia de referências e, bom, com Jonathan Rhys Meyers.
Eu devo desculpas à Stephanie Meyer. Quando ela vendeu os direitos de adaptação de “Crepúsculo”, liberou uma lista de atores/atrizes que ela imaginou nos papéis quando escreveu o livro Jonathan Rhys Meyers, que na época era o Henrique VIII de “The Tudors”, era a escolha dela para o Edward. Eu achava que ela tinha viajado forte.
E agora ele é a estrela de “Dracula”. E sinto muito Robert Pattinson, mas que vampiro!

Sempre que eu leio alguma coisa sobre a série, vejo o pessoal reclamando que ela é parada. Não se é a minha tendência a gostar de coisas britânicas (série é americana, mas passaria fácil no Channel 4), mas é justamente essa lentidão nas coisas acontecerem que me atrai na trama. Tudo a seu tempo, como um grande jogo de xadrez que vai sendo montando (e para ser derrubado daqui a uns dois episódios).
A história está diferente da escrita por Bram Stoker. Há muita referência steampunk e a monstros clássicos como Frankestein.
Drácula é aliado de Van Helsing. O médico procurou o vampiro após ter a vida destruída por uma organização secreta, como uma espécie de cavaleiros templários, que comanda a Inglaterra vitoriana por debaixo dos panos. Eles são ligados aos responsáveis pela morte da mulher de Vlad e por ele renunciar aos céus e receber a maldição das trevas.
Ele chega à Londres como um empresário americano, disposto a liquidar a necessidade do petróleo (principal fonte de renda e arma de controle da organização) substituindo por eletricidade (e sem fios). Tudo isso para minar o poder deles e finalmente ter sua vingança.
É claro que ele também precisa se alimentar e usa de seus poderes sobrenaturais para matar e descobrir segredos dos aliados de seus inimigos. Assim como também é claro que ele encontra Mina Murray, a reencarnação de sua grande paixão.
Aqui, eles tem seguido essa linha do bom vampiro e Drácula tem tentando ser um bom sujeito para Mina, sem obrigá-la a se transformar. Vamos ver até onde isso dura, porque Mina não é a mocinha indefesa que se esconde atrás de Johnathan Harker. Ela é um estudante de medicina, que quer ser independente e que pretende, com seu trabalho, não apenas curar pessoas, mas vencer a morte. Dá pra imaginar onde isso vai acabar.
Outro personagem que tem recebido outro olhar (como a maioria dos personagens femininos das história) é Lucy. Aqui ela não é simplesmente uma rica desmiolada que precisa escolher um pretendente e cai nas garras de Drácula. Ela é apaixonada por Mina e ver a melhor amiga se casando tem acabado com ela. O que faz dela uma aliada ainda mais plausível para o vampiro no futuro.
Ainda misturando ciência e sobrenatural, Van Helsing tenta criar um soro que permita ao vampiro andar na luz do sol e evitar suspeitas, além de facilitar a aproximação com Mina.
Até agora tudo tem dado certo pra Drácula. Até o retorno do hiatus na última sexta. Aparentemente, Mina não vai ficar mais tão desprotegida e o vampiro vai ter que decidir continuar a corte educada ou partir para o ataque.
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